LEITURAS INFATIGÁVEIS: UMA ANÁLISE DO POEMA “CARTAS DE MEU AVÔ”

Autores

  • Simone Land Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.4013/2538

Palavras-chave:

Literatura Brasileira, Poesia, Manuel Bandeira

Resumo

Publicado no livro de estréia de Manuel Bandeira, Cinza das Horas, em 1917, o poema “Cartas do meu avô” é uma leitura peculiar, tanto no sentido de seu valor para quem lê e aprecia o poema, como no de que é a própria leitura seu tema central. O eu - lírico está Lendo, sossegado e só, e a poesia se dá, então, durante essa leitura, tratando, do lado de fora, da chuva, e, do lado de dentro, do leitor, que poetiza o romance dos avós, anterior a sua existência, mas que o toca, o comove. Nesse ensaio, procuro identificar sentidos nessa leitura, por meio da análise desta, como objeto de diferentes pontos de vista. Em função disso,  esse estudo é arquitetado a partir dos seguintes subtítulos: A Chuva e o Rítmo, Deleite e Melancolia, e, ainda, Infatigáveis. Inicio com A Chuva e o Ritmo - que se sobrepõem na construção do poema. Nesse ponto, são enfatizados aspectos formais, como o esquema de rimas, o uso da imagem chuva na Literatura e no poema estudado. Em seguida, na dialética Deleite e Melancolia, a temática do poema é abordada, enfatizando a repetição que compõe a melancolia, bem como sua expressão exterior e interior no poema, além da surpresa que promove o deleite, sendo este repentino, fugaz. Por fim, em Infatigáveis, ganham voz os estudiosos de Literatura, Antônio Cândido e Davi Arrigucci Júnior, e, a partir de conceitos dos autores, são enfocadas as múltiplas leituras, aproximando o autor Bandeira e o eu-lírico do poema, como leitores infatigáves. No decorrer desse ensaio, ao destacarmos diferentes aspectos que vêm a contribuir para a compreensão do poema como um todo, a leitura atenta e aprofundada, bem como as releituras de um mesmo objeto, são consideradas enriquecedoras. Assim, uma leitura proveitosa do poema “Cartas de Meu Avô” e de demais textos, é concebida como uma tarefa que requer leitores, assim como o Bandeira e o eu –lírico do poema, infatigáveis.

Biografia do Autor

Simone Land, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduanda em Letras Licenciatura Português/Inglês

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Publicado

2012-09-01

Edição

Seção

Ensaio Literário