ANTIGOS E NOVOS CAMINHOS EM HISTÓRIA LITERÁRIA

Authors

  • Carlos Henrique Lucas Lima Licenciado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e discente do PPG-Letras da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Mestrado em História da Literatura.

DOI:

https://doi.org/10.4013/2444

Keywords:

História da literatura. Século XX. João Barrento. Descentralização. Simultaneidade.

Abstract

O presente artigo pretende apontar alguns impasses e sugerir possibilidades de superação dos mesmos no fazer historiográfico literário. Para tanto, comenta especialmente os apontamentos do professor português João Barrento (1986), que indica novos fazeres no campo da história da literatura, além de outros autores relevantes no campo dos estudos teóricos da história da literatura, os quais fomentariam o imbricamento entre literatura e história. É no século XX que se processa a passagem do histórico para o estrutural, da genealogia à fenomenologia (SOUZA, 1987); no que tange à crítica literária, os formalismos (formalismo russo, estruturalismo tcheco) ativeram-se ao estudo da obra enquanto manifestação intemporal, e na literatura propriamente dita, os manifestos modernistas ditaram o tom a-histórico de suas criações artísticas. Entretanto, nem tudo é esquecimento da História na crítica e na teoria: reflexões em torno do leitor, e, portanto, sobre a capacidade de atualização operada por este na obra literária (SAN MARTÍN, 2005) são marcas importantes das novas orientações na teoria da história da literatura. A teoria, portanto, que embasa essas novas metodologias do fazer historiográfico tende, também, a admitir o papel ativo e manipulador dos sujeitos que não mais “resgatam” o passado mas o “constroem”; não se fala mais em história factual – baseada em fatos – mas, antes, em tentativas de compreensão do passado por meio de instâncias subjetivas. Pode-se dizer que tal teoria se caracteriza, basicamente, pela descentralização e captação da diversidade na simultaneidade. Esse tipo de fazer teorético insere-se no bojo da multiplicidade de propostas críticas conhecidas como “pós-estruturalismo”: negação dos binarismos – prática tipicamente estruturalista, posta em evidência das margens em detrimento do centro – “descentralização”, ênfase na parcialidade e na fragmentação etc. (EAGLETON, 1983).

Published

2013-10-24