TRADUÇÃO E ENUNCIAÇÃO: DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA TRADUTÓRIA
DOI:
https://doi.org/10.4013/3Palavras-chave:
Tradução. Modelo PACTE. Teoria benvenistiana da enunciação. Competência leitora. Competência tradutória.Resumo
Considerando que a competência tradutória não é algo inato, mas adquirido ao longo de um processo consciente e contínuo de formação, que vai do aprendiz ao profissional, este estudo, partindo da análise de exemplos de traduções do francês para o português feitas por alunos de Letras, em um contexto de ensino-aprendizagem, ou de exemplos extraídos de obras publicadas, debruça-se sobre a construção da competência leitora, que diz respeito à leitura para fins específicos de tradução. Apoia-se, para tanto, no modelo PACTE, que vê a competência tradutória como um conhecimento especializado, composto por conhecimentos declarativos e operacionais, que compreende as subcompetências bilíngue (conhecimento da língua de partida e de chegada), extralinguística (conhecimento de mundo), instrumental (conhecimento de fontes de documentação e de recursos tecnológicos), estratégica (conhecimento relacionado à operacionalização da atividade de tradução), conhecimentos teórico-práticos sobre a tradução, além dos componentes psicofisiológicos (aspectos cognitivos, tais como memória e capacidade de análise e síntese). A subcompetência bilíngue implica conhecimentos gramaticais, textuais, pragmáticos e discursivos nas línguas de trabalho; conhecimentos estes imprescindíveis à compreensão do texto de partida e à produção do texto de chegada. O estudo ancora-se, igualmente, nas noções de semiótico e semântico da teoria benvenistiana da enunciação, que, buscando o homem na língua, se interessa pela inscrição do sujeito na estrutura através de marcas específicas de tempo, espaço e pessoa mobilizadas pelo locutor a cada instância de discurso. Considera-se, desse modo, a língua não apenas como um sistema de signos (modo semiótico), mas como o sistema linguístico resultante da atividade do locutor em relação à língua (modo semântico). Defende-se portanto, neste estudo, a importância de um trabalho que relacione o modelo PACTE e uma reflexão enunciativa, nas aulas teóricas e práticas de tradução, de modo a desenvolver a competência leitora do aprendiz de tradução e, consequentemente, sua competência tradutória.
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