Um sistema nervoso conceitual para o diagnóstico neuropsicológico
DOI:
https://doi.org/10.4013/5485Resumo
Apesar de a aplicação de testes, a partir de uma perspectiva nomotético- nomológica, constituir um aspecto importante da prática neuropsicológica, a neuropsicologia não se resume a esse procedimento. O objetivo deste trabalho é examinar, sob a perspectiva de um “sistema nervoso conceitual”, aspectos metadiagnósticos da neuropsicologia, cujos efeitos ultrapassam o uso de testes normatizados. Ao enfoque nomotético é contraposta a perspectiva idiográfica, na qual o diagnóstico é concebido como teste de hipóteses a partir de modelos de processamento de informação. A construção e o uso desses modelos é plausível devido à organização modular do sistema mental, evidenciada pelas duplas-dissociações. Neste trabalho, são analisados os processos de diagnóstico em neuropsicologia, principalmente o funcional e o topográfico. Na maioria das vezes, o diagnóstico de localização é virtual, e utiliza o sistema nervoso conceitual para relacionar o déficit funcional observado às localizações lesionais estabelecidas na literatura. Os modelos funcionais de processamento de informação devem ser anatomicamente especificados, para que possam ser usados como base para a correlação estrutura-função. O cérebro-mente humano pode ser visto como um sistema computacional; neste, a cognição se localiza entre a percepção (input) e a ação (output). As funções mentais são classificadas como materiais (com conteúdo) e formais (organização dos processos mentais). Lesões encefálicas com diferentes causas e localizações alteram essas funções de formas distintas. O modelo nomotético tradicional de diagnóstico neuropsicológico deve ser complementado por uma abordagem idiográfica, mediante a testagem das hipóteses baseadas num modelo de correlação estrutura-função que seja fiel às relações anátomo-clínicas observadas em diferentes lesões.
Palavras-chave: neuropsicologia, correlação estrutura-função, cognição.Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Concedo à revista Contextos Clínicos o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista). Afirmo que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação, ainda não foi publicado na íntegra e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo. Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Contextos Clínicos acima explicitadas.