Psicoterapia e liberdade humana: uma discussão a partir de Ortega y Gasset

Autores

  • Eloisa Eloisa Nogueira Aguiar

DOI:

https://doi.org/10.4013/4565

Resumo

Considerando que as questões que se apresentam à psicoterapia implicam a relação do homem com sua circunstancialidade, o artigo busca trazer à tona contribuições do pensamento do filósofo espanhol José Ortega y Gasset, que encontra como fato primário e fundamental a existência conjunta de um eu ou uma subjetividade e seu mundo. A vida, portanto, encontra-se inseparável dessas duas dimensões. O primado da vida humana, na filosofia orteguiana, situa o homem em uma condição de liberdade e constante quefazer, dada sua carência de identidade apriorística. Essa carência traduz a concepção de homem como obra aberta – drama – que está a construir-se em uma infinda tarefa de fazer-se no encontro com a realidade. O ser do homem, como projeto de liberdade, realiza-se na relação com a circunstância, fecundando, com a sua consciência, o mundo de sentido. Cabe ao homem, então, uma conduta operante, respondente e responsável: é o exercício da liberdade. Essa concepção aponta para um papel ativo do cliente em situação terapêutica, tornando-se esta um convite à reflexão do quefazer vital e suas alterações, com vistas a uma existência mais autêntica. A proposta de Ortega y Gasset é que seja instaurado um modelo de razão ou de compreensão que pense a vida como uma trajetória com razões constantes de escolhas, fundadas no comprometimento com a liberdade individual e a singularidade de cada um.

Palavras-chave: psicoterapia, liberdade, Ortega y Gasset.

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Publicado

2021-05-30

Edição

Seção

Artigos