Interação e sala de aula

Autores

  • Maria José R. F. Coracini

Resumo

Este artigo pretende, num primeiro momento, discutir a noção de interação no contexto da sala de aula, com o intuito de deixar clara a opção teórica – que transita na tensão entre teorias do discurso e conceitos da psicanálise lacaniana –, que orientará a análise de excertos de aulas presenciais e chats – parte de cursos semi-presenciais –, a ser apresentada num segundo momento. Os recortes analisados dão testemunho do imaginário socialmente partilhado e, portanto, naturalizado: o professor dá ordens ao aluno a quem, por sua vez, cabe obedecer, embora, hoje, na “era do questionamento” e da pedagogia baseada no afeto e na compreensão, nem sempre isso ocorra; muitas vezes o professor, tomado de dúvidas, deixa brechas para a resistência do aluno, que, não raro, se investe de um poder que advém da transformação da educação em mercadoria. Num terceiro momento, são analisados recortes de redações de professor que apontam para a emergência do inconsciente, dando conta da dificuldade de controlar os efeitos de seu dizer. Assim, só é possível falar de “ação entre” sujeitos (inter-ação), entre o sujeito e um texto, entre o sujeito e uma língua ou um saber, se, nessa ação mútua, considerarmos o inesperado, o surpreendente – em si mesmo e no outro –, o equívoco, a contradição, o conflito, a tensão como constitutivos do sujeito e das relações intersubjetivas...

Palavras-chave: interação, discurso de sala de aula, subjetividade, identidade.

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Publicado

2021-05-27

Como Citar

Coracini, M. J. R. F. (2021). Interação e sala de aula. Calidoscópio, 3(3), 199–208. Recuperado de https://revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/6242

Edição

Seção

Artigos