Enunciação, escrita e alfabetização: sobre a alteridade na linguagem

Autores

  • Silvana Maria Bellé Zasso

Resumo

Este texto, a partir das teorias lingüísticas da enunciação de Émile Benveniste e Mikhail Bakhtin, discute a respeito dos elementos envolvidos na produção da subjetividade e da singularidade na linguagem. Para tanto, toma-se a escrita nos anos iniciais de escolarização como objeto de estudo. Quanto à fundamentação teórica, considera-se que Benveniste, ao apresentar em seu sistema de pensamento o princípio da intersubjetividade, rechaça uma visão egocêntrica do indivíduo, isto é, de um ser isolado em seu desenvolvimento. Sobre a subjetividade na linguagem diz, ainda, que o colocar a língua em funcionamento é definidor do subjetivo e da alteridade na linguagem. Bakhtin, por sua vez, ao apresentar o dialogismo como conceito fundante, articulando-o à noção de heterogeneidade como princípio do diálogo, implica o outro na constituição do sujeito. Defende-se que o conceito de intersubjetividade aproxima as duas teorias, motivo pelo qual é convocado no decorrer do texto para sustentar o intuito de aprender a “olhar” de forma diferente a escrita das crianças em processo de alfabetização na escola formal. A conclusão defende que, ao escrever, o sujeito traduz o sentido do mundo para si, constituído nas interações vividas, tanto na escola quanto fora dela.

Palavras-chave: enunciação, escrita, alfabetização.

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Publicado

2021-05-27

Como Citar

Zasso, S. M. B. (2021). Enunciação, escrita e alfabetização: sobre a alteridade na linguagem. Calidoscópio, 4(2), 121–129. Recuperado de https://revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/5995

Edição

Seção

Artigos