Paulo Freire em memes: caricaturas de um país dividido

Autores

  • Ana Paula Marques Beato-Canato Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Adriana Mattos Brahim Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Clarissa Jordão Universidade Federal do Paraná (UFPR)

DOI:

https://doi.org/10.4013/cld.2021.194.03

Resumo

Estamos vivendo tempos de polarização de nossa sociedade e, em meio a ela, a figura de Paulo Freire tem sido central em diferentes embates. A intenção deste texto é compreender como a publicização de memes em redes sociais tem contribuído para a construção de uma narrativa de descrédito do patrono da educação brasileira. A fim de alcançar esse objetivo, foram selecionados memes sobre Paulo Freire compartilhados pelo Movimento Escola Sem Partido em seu perfil nas redes sociais. Tais dados foram analisados à luz da teoria do dialogismo do Círculo de Bakhtin (Bakhtin, 2010; 2015; 2017; Volóchinov, 2017), e ao pensamento do próprio Freire (1967; 1987; 1992; 1996). Os resultados apontam para o uso intencional de termos pejorativos e de baixo calão na produção de tais textos, que têm potencial para causar excitabilidade e adesão de um público contrário a ideias progressistas. Nessa arena, vozes antagônicas aparecem de modo acanhado nos comentários e apontam a necessidade de buscar formas de resistência por meio não apenas de leituras críticas, mas também de engajamento com os processos de construção discursiva a fim de compreender como diferentes ideologias são construídas na linguagem.  

Palavras-chave: Paulo Freire; Escola Sem Partido; Círculo de Bakhtin. 

Biografia do Autor

Ana Paula Marques Beato-Canato, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Docente do curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e participante do grupo de pesquisa Identidade e Leitura (UFPR/Cnpq).

Adriana Mattos Brahim, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. Doutora e mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) (2008, 2002); especialista em Linguística Aplicada ao ensino de Língua Estrangeira pela Universidade Estadual do Paraná UNESPAR (1997) e licenciada em Letras Português/Inglês também pela (UNESPAR) (1993). É professora do Programa de Pós-graduação em Letras da UFPR, e de Língua Inglesa do Setor de Educação Profissional e Tecnológica - SEPT/UFPR. É líder do GPELIN - Grupo de Pesquisa em Educação Linguística (DGP/CNPq). Suas pesquisas recentes concentram-se nos estudos de Letramentos e Decolonialidade. 

 

Clarissa Jordão, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Mestre em Literaturas de Língua Inglesa pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutora em Língua Inglesa e Literaturas Inglesa e Norte-Americana pela Universidade de São Paulo (USP). Professora titular sênior no programa de Pós-Graduação em Letras da UFPR e líder do grupo de Pesquisa Identidade e Leitura (UFPR-CNPq). Seus principais interesses de pesquisa são práticas decoloniais, teorias pós-estruturalistas e pós-coloniais, Inglês como Língua Franca, internacionalização do ensino superior.

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Publicado

2022-03-24

Como Citar

Beato-Canato, A. P. M., Mattos Brahim, A. C. S. de, & Jordão, C. M. . (2022). Paulo Freire em memes: caricaturas de um país dividido . Calidoscópio, 19(4), 463–480. https://doi.org/10.4013/cld.2021.194.03