Entre o ethos aristocrático e o associativismo: futebol amador e competência esportiva na cidade de São Paulo (1920-1930)

Autores

  • Diana Mendes Machado da Silva Universidade de São Paulo Departamento de História Pós-graduação em História Social Doutoranda

Resumo

Inúmeras transformações urbanas e socioculturais caracterizaram a cidade de São Paulo no período 1920-1930, modificando lugares sociais, costumes e padrões de conduta. O futebol não ficou imune a tais mudanças. Duas experiências, a princípio antagônicas, revelam como essa instabilidade marcou a formação do campo esportivo na cidade. A partir da documentação interna da Associação Atlética Anhanguera e do Clube Atlético Paulistano, representantes, respectivamente, dos clubes populares varzeanos e dos clubes de elite, o presente artigo compara momentos das trajetórias das duas associações: apresenta as diferenças na forma como se apropriaram do futebol e as semelhanças em sua recusa a modernos critérios de organização como a competência esportiva. Embora tal rejeição tivesse por base tradições muito diferentes: o associativismo familiar e de socorro mútuo, por um lado, e o ethos aristocrático, por outro, ela acabou por contribuir para a formação da ideia de amadorismo, substancial para as práticas e representações do futebol paulistano.

Palavras-chave: futebol amador, associativismo, ethos aristocrático, Associação Atlética Anhanguera, Clube Athletico Paulistano.

Biografia do Autor

Diana Mendes Machado da Silva, Universidade de São Paulo Departamento de História Pós-graduação em História Social Doutoranda

Sou mestre em História Social com a pesquisa A Associação Atlética Anhanguera e o futebol de várzea na cidade de São Paulo (1928-1958) defendida no Departamento de História da Universidade de São Paulo.

Sou doutoranda pelo mesmo departamento com a pesquisa "A formação da cultura do futebol em São Paulo na primeira metade do século XX".

Sou membro do Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre o Futebol e Modalidades Lúdicas (LUDENS) da USP, do Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre o Futebol (GIEF) e do Grupo de Literatura e Memória do Futebol (MEMOFUT). Participei do laboratório “Migrations et espaces urbains”, do Centre de Recherches sur le Brésil Contemporain, na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, entre fevereiro e junho 2012.

 

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Publicado

2015-10-15

Edição

Seção

Dossiê: Futebol, Raça e Nação no Brasil