Intelectuais, literatura e imprensa no pós-golpe

Autores

  • Rodrigo Czajka Professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Estadual Paulista/Marília.

Resumo

A cultura e as artes sofreram os impactos diretos do golpe militar sobre suas produções, a partir de 1964. Apesar da repressão e da censura, a atividade de intelectuais e artistas no pré-1964 não foi interrompida ou estagnada, mas assumiu força ainda maior em virtude da presença do controle e do cerceamento dos órgãos de repressão frente à liberdade de criação e de pensamento. Como em muitos setores da produção cultural, a literatura assumiu um papel fortemente combativo das arbitrariedades do regime e se destacou ao colocar em pauta “projetos de resistência” a partir de elementos-chave de representação, tal como transcorreu na elaboração e circulação das obras Pessach: a travessia, de autoria do jornalista Carlos Heitor Cony, e Quarup, de autoria do jornalista Antonio Callado. Os dois romances propiciaram um amplo debate sobre a forma narrativa e os alcances do engajamento na literatura da década de 1960, a exemplo dos embates entre Paulo Francis e Ferreira Gullar, nas páginas da Revista Civilização Brasileira, que serão tematizados neste artigo.

Palavras-chave: literatura, imprensa, intelectuais, ditadura militar, engajamento, esquerdas.

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Publicado

2014-08-15

Edição

Seção

Dossiê: A ditadura brasileira: história e historiografia