O vulcanismo Serra Geral em Torres, Rio Grande do Sul, Brasil: empilhamento estratigráfico local e feições de interação vulcano-sedimentar

Autores

  • Karla Petry
  • Delia del Pilar M. de Almeida
  • Henrique Zerfass

Resumo

No Município de Torres, nos morros do Farol, das Furnas, das Cabras e Torre Sul, foram identificadas três associações de fácies: (i) basaltos, (ii) arenitos e (iii) feições de interação vulcano-sedimentar. A partir de descrições de campo e petrográficas das feições de interação vulcanosedimentares, é possível sugerir seus mecanismos genéticos. As estrias no topo dos arenitos são produto do fluxo de lava sobre areia inconsolidada. Os diques clásticos são o preenchimento das disjunções do basalto, já resfriado, pela areia que migra sobre ele, ou injeções de areia para dentro do derrame, durante seu fluxo. Este mecanismo de injeção, quando encontra lava em estado plástico, dá origem a peperitos, que também se formam por tração e fragmentação da base e frente do derrame. É possível identificar em Torres, três derrames individuais, cada um deles definindo um nível estratigráfico. Estes níveis são compostos por um ciclo de eventos, iniciado pelo derrame, que dá origem aos peperitos, recobertos, então, pela deposição eólica de areia. Com a definição de tais níveis estratigráficos torna-se evidente que o arenito aflorante no Morro das Cabras (Parque da Guarita) é uma lente de arenito intertrápico da Formação Serra Geral, e não pertence à Formação Botucatu, subjacente.

Palavras-chave: vulcanismo Serra Geral, estratigrafia, interações vulcano-sedimentares, peperito.

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Publicado

2021-06-08

Edição

Seção

Artigos