Análise de esteiras microbianas e cianobactérias da laguna Amarga, Parque Nacional de Torres del Paine, Chile

Autores

  • Loreine Hermida da Silva e Silva
  • Leonardo Fonseca Borghi de Almeida
  • Anderson Andrade Cavalcanti Iespa
  • Cynthia Moreira Damazio Iespa

Resumo

Neste estudo são analisadas as cianobactérias e os sedimentos associados às esteiras microbianas formadas em torno da laguna Amarga, no Parque Nacional de Torres del Paine, sul do Chile, que, por sua riqueza em vida e características geológicas, constitui ambiente propício à observação da gênese e da disposição destas estruturas. Declarado Reserva Mundial da Biosfera pela Unesco em 1978, além da natureza exuberante, com florestas nativas, lagos e fjords, o parque expõe litologias de idade Juro-Cretáceo e intrusões de granitóides miocênicos, associados a evidências da ação do gelo, atualmente em retração. Entre os corpos dulcícolas aí presentes, a laguna Amarga, com uma área de 3,18 km², é especialmente interessante pela formação de extensas colônias de algas e esteiras microbianas, com formas nodulares, bulbosas, estratiformes e em domo. Sua análise demonstrou que as cianobactérias esféricas foram as principais responsáveis pela formação das esteiras microbianas, cuja construção é controlada por fatores ambientais. Foram identificadas 25 espécies de cianobactérias, com predomínio dos representantes das famílias Synechococcaceae Anagnostidis e Komárek 1995 (32%) e da família Chroococcaceae Nägeli 1849 (32%). A correta interpretação das estruturas orgânicas e de suas características e dos ambientes modernos em que se desenvolvem, é condição indispensável para a compreensão do contexto e dos organismos formadores das esteiras microbianas pretéritas e, assim, aplicáveis ao estudo do registro fóssil.

Palavras-chave: laguna hipersalina; esteiras microbianas; cianobactérias, laguna Amarga, Chile.

Downloads

Publicado

2021-06-08

Edição

Seção

Artigos