Comum: por um princípio pedagógico
DOI:
https://doi.org/10.4013/edu.2019.233.17005Resumo
O objetivo desse estudo é refletir sobre o sentido da educação a partir do conceito de “comum”, repercutindo-o em proposições pedagógicas. Para tanto, interpretamos o “comum” como princípio de ação a partir das obras de Pierre Dardot e Christian Laval (2016, 2017), ressaltando que, como princípio, o comum não é um bem, uma coisa ou um objeto passível de apropriação. Para os autores supracitados, o comum pode fazer frente ao avanço apropriador da razão neoliberal e/ou do Estado apropriador e a argumentação conduz à exigência da ressignificação do Direito, não mais como oriundo de uma atividade legislativa ou governamental, mas da “ação comum”. Dado que os autores não se ocupam sistematicamente com as consequências de seu estudo para a educação, nossa proposta supõe que a educação escolar pode ser um dos espaços/tempos privilegiados de instituição (ou restituição) do comum ao “livre uso”. Assim, conduzimos nossa argumentação à Hannah Arendt, repensando o sentido da escola como introdução dos “novos” no mundo a partir da ação pedagógica que restitui o “comum” ao “livre uso”, na medida em que põe-em-comum palavras, atos e o mundo (como conteúdos) e exige dos adultos a “ação comum” para definição de quais aspectos do mundo as crianças e jovens devem ter acesso educacionalmente. Em suma, o “comum” como princípio pedagógico se fundamenta na “natalidade” e ambos na pluralidade humana, antíteses da hipótese do homem racional egoísta prefigurada pelo neoliberalismo.Downloads
Publicado
2019-05-28
Edição
Seção
Artigos
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