Gestação decorrente de violência sexual: um estudo de caso à luz do modelo bioecológico

Autores

  • Silvia Renata Lordello Universidade de Brasília
  • Liana Fortunato Costa Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2014.71.09

Resumo

A gravidez decorrente de violência sexual traz uma série de complexos impactos sobre a maternidade. Neste estudo, investigou-se uma mulher vítima de violência sexual com um filho recém-nascido, com o objetivo de identificar os principais impactos psicológicos no desenvolvimento da relação mãe/bebê nessa situação adversa. A participante, de 25 anos, era atendida em um programa voltado às vítimas de violência em hospital público de centro urbano. A pesquisa de natureza qualitativa teve como instrumento a entrevista com roteiro semiestruturado e a análise das informações foi realizada adotando-se como referencial teórico o modelo bioecológico de Urie Bronfenbrenner. Os resultados revelaram um sistema familiar com aspectos disfuncionais e a presença de atos de violência na dinâmica transgeracional. Embora tenha sido constatado esforço pessoal no estabelecimento da relação mãe e filho, a rede de apoio permaneceu frágil. Foram identificados sentimentos ambivalentes com relação ao agressor e uma necessidade de investir na redução de sintomas sugestivos do Transtorno do Estresse Pós- Traumático, representados por sentimentos persecutórios enfrentados pela vítima. Há, entretanto, projetos definidos de maternidade e atitudes da mãe que tornam clara sua trajetória de resiliência, ainda que embrionária. São reconhecidas as limitações do estudo e indicados estudos futuros que possam aprofundar o tema e abordar estratégias de intervenção psicológica junto a esse público.

Palavras-chave: modelo bioecológico, agressões sexuais, gravidez.

Biografia do Autor

Silvia Renata Lordello, Universidade de Brasília

Depto Psicologia Clínica e Cultura

Liana Fortunato Costa, Universidade de Brasília

Depto. Clínica e Cultura

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Publicado

2014-06-27

Edição

Seção

Artigos