Grupos multifamiliares: história e conceitos

Autores

  • Martha G. Narvaz

DOI:

https://doi.org/10.4013/4555

Resumo

Este artigo, fruto de reflexões produzidas a partir da experiência desenvolvida com grupos multifamiliares desde 1995, busca destacar a abordagem multifamiliar no campo das Psicoterapias, das Terapias de Grupo e da Terapia Familiar. Terapeutas familiares deparam-se com diversas famílias que vivem em contextos de extrema vulnerabilidade. Nestas famílias, o sofrimento e a desesperança aparecem engendrados mais por questões socioculturais que por desvios psiquiátricos. Isso faz com que repensem a prática psicoterapeuta, baseada na tradição individualista das práticas de psi, diante da necessidade de resgatar a dimensão histórico-social da produção da subjetividade e do sofrimento psíquico, para resgatar a força do coletivo, tanto na produção da doença quanto na invenção da saúde. Acreditando nos recursos sadios dos sujeitos, das famílias e dos coletivos, o resgate da subjetividade e da cidadania dos sujeitos que sofrem enquanto protagonistas de suas histórias pode se dar por meio do partilha de suas dores e esperanças. Busca-se, assim, apresentar a alternativa criativa e subversiva dos grupos multifamiliares, subversivos de algumas posturas ideológicas que privilegiam a dicotomia entre o público e o privado, denunciando que o sofrimento psíquico, muitas vezes entendido como questão privada, é, na verdade, produzido no coletivo, portanto, social e político, ao invés de intrapsíquico ou familiar. Inicialmente, descreve-se o surgimento da terapia de grupo em seus aspectos históricos, teóricos e epistemológicos, além da incorporação do paradigma multifamiliar e da terapia de redes no campo de terapia de família. Apresentam-se, também, alguns conceitos sobre as terapias de grupo e de grupos multifamiliares, bem como algumas vantagens e desvantagens destas abordagens.

Palavras-chave: grupos multifamiliares, terapias de grupo, psicoterapias.

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Publicado

2021-05-30

Edição

Seção

Artigos