Suicídio: a dor dos sobreviventes enlutados

Autores

  • Adriane Cristine Oss-Emer Soares Alpe Universidade Federal de Santa Maria
  • Claudia Weyne Cruz Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2022.153.09

Resumo

Suicídio, ato de violência autoprovocada conscientemente desejado e executado pelo sujeito com a intenção de morte, o qual gera repercussões importantes no contexto familiar e social. Nesse aspecto, o presente estudo pretendeu compreender essas reverberações nos familiares sobreviventes enlutados. Utilizando-se de uma metodologia qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas, buscou-se dar voz a onze pessoas impactadas por um suicídio, sendo que, para isso, foram resguardados todos os preceitos éticos. O método de análise de conteúdo proposto por Bardin (1977) estruturou a organização de duas categorias: “O Inominável" e “A Culpa”. O referencial teórico abrangeu a compreensão das especificidades dos processos de luto por suicídio, ancorados pela abordagem teórica de orientação psicanalítica. Como principais resultados, ressalta-se que, em decorrência do trauma psíquico dessa perda, ocorre a interdição da palavra (suicídio) que carrega toda a dor que é impossível de nomear. Bem como, sentimentos de culpa avassaladores que envolvem os enlutados em buscas por respostas das possíveis motivações e de sua responsabilidade pelo ato suicida. Portanto, ressalta-se a importância de novos estudos, para embasar cuidados especializados aos sobreviventes enlutados, além de estratégias de posvenção, auxiliando-os, assim, a enfrentar a dor devastadora do suicídio e suas repercussões.

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Publicado

2022-12-12

Edição

Seção

Artigos