Afeto e Regulação Emocional entre Crianças Com e Sem Histórico de Abuso Sexual Infantil

Autores

  • Ana Carolina de Souza Fonseca Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Luiza Santos Ferreira Universidade Federal do Rio Grande
  • Marilene Zimmer Universidade Federal do Rio Grande
  • Simone dos Santos Paludo Universidade Federal do Rio Grande

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2021.142.06

Resumo

O abuso sexual infantil (ASI) é um fator de risco para o surgimento de dificuldades emocionais. Diante disso, o objetivo deste estudo foi investigar o afeto positivo e negativo e as estratégias de regulação emocional em crianças de 8 a 12 anos vítimas de abuso sexual (G-ASI) e seus pares sem histórico de abuso (G-Não-ASI). Das 26 crianças participantes, 12 vivenciaram pelo menos um episódio de abuso sexual ao longo da vida, enquanto as outras 14 não foram vitimizadas. Foram utilizados os instrumentos Questionário Sociodemográfico, Juvenile Victimization Questionnaire, Teste de Compreensão das Emoções e Escala de Afeto Positivo e Negativo. Os resultados demonstraram que a média de afeto negativo das crianças vítimas de abuso sexual foi maior do que a dos participantes do outro grupo, sendo vergonha, raiva, nervosismo e tristeza os afetos mais relatados. Em relação à regulação emocional, as crianças pertencentes ao G-ASI empregaram mais frequentemente estratégias regulatórias consideradas inadequadas para a faixa etária quando comparadas ao G-Não-ASI.  Os resultados sugerem que a exposição ao ASI pode contribuir em diferenças nas respostas emocionais manifestadas pelas crianças. O conhecimento destes possíveis impactos é fundamental para o desenvolvimento de intervenções clínicas alinhadas às demandas das vítimas e baseadas em evidências.

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Publicado

2021-10-13

Edição

Seção

Artigos