Sujeitos políticos da economia solidária e comunitária na Bolívia: tendências e modelos do setor camponês-indígena
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2016.52.3.02Resumo
Este artigo analisa as tendências e os modelos da economia solidária e comunitária no setor camponês-indígena na Bolívia. Partindo da recente disputa, provocada pelo novo quadro legislativo, entre as organizações econômicas comunitárias (OECOMs) e as organizações econômicas camponesas (OECAs), o texto retraça as trajetórias históricas que explicam as formas de organização coletivas, políticas e socioeconômicas no setor camponês-indígena. Em um primeiro momento, o artigo defende o argumento de que esses dois modelos de organização estão fundados em diferentes modos de gestão dos comuns nas comunidades rurais, tendo como eixo, no primeiro caso, a simples reprodução familiar associada à governança local liderada pelos sindicatos agrários, e, no segundo caso, a associação voluntária de produtores de um mesmo setor de atividade. Em um segundo momento, o artigo contempla a constituição das OECOMs e OECAs como sujeitos políticos. No que diz respeito aos sindicatos agrários e às OECOMs, é destacada uma concepção do público cujo eixo principal é o Estado e cujo objetivo é obter um reconhecimento político e institucional, porém, ao adotar tal concepção, põem em risco sua autonomia. As OECAs se diferenciam por terem uma visão mais ampla do coletivo (não determinada pelas estruturas sindicais e comunitárias) e do público (não se limitando ao Estado), não sendo, no entanto, sempre possível evitar o risco de cair no corporativismo. Essa análise fornece enfim algumas pistas atuais para a continuação do processo de democratização da economia.
Palavras-chave: economia solidária, comunidade rural, comuns, assuntos políticos, espaço público.
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