Méritos e limites da teoria da escolha racional como ferramenta de interpretação do comportamento social e político

Autores

  • Mauro Macedo Campos Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)
  • Hugo Borsani Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)
  • Nilo Lima de Azevedo Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2016.52.1.12

Resumo

Este artigo traz uma releitura da teoria da escolha racional, em que se busca destacar a sua capacidade de auxiliar no entendimento das relações e problemas sociais. O objetivo principal é apresentar de forma clara e sintética, para distintos públicos das ciências sociais, os principais conceitos da teoria da escolha racional, usualmente colocada como teoria hard. A ideia é apontar as virtudes e restrições dessa teoria. Esta abordagem teórica considera como ponto central para a compreensão dos sistemas sociais a ação individual, a partir de motivações autônomas e racionais, considerando as instituições como os elementos informativos e conformadores das opções disponíveis para as escolhas individuais e/ou coletivas. Neste sentido, a racionalidade é vista como uma forma de maximização das preferências de agentes dotados de cálculo utilitarista. Tais preferências são dadas em função do grau de conhecimento sobre o conjunto de opções disponíveis. Assumindo a premissa da racionalidade, que supõe escolhas com o objetivo de satisfazer preferências e não de contrariá-las, a teoria da escolha racional considera que os indivíduos possuem a capacidade de fazer associações entre os meios, disponíveis e conhecidos, e os fins que almejam. Portanto, as escolhas racionais se aproximam de um ponto ótimo, em que pese a sua capacidade de atingir esse grau de satisfação. Em outras palavras, a utilização da racionalidade estrita no campo das escolhas sociais nem sempre fará com que os resultados esperados sejam ótimos e maximizadores da utilidade ou bem-estar. Pode ocorrer que ações racionais apresentem efeitos negativos não esperados em função das assimetrias informacionais, da posição no espectro decisório e/ou de erros de cálculo. Revisitar estes conceitos é o propósito deste artigo, de modo a oferecer ao leitor um entendimento mais acessível sobre os alcances e restrições da teoria da escolha racional.

Palavras-chave: racionalidade, ação coletiva, escolha pública.

Biografia do Autor

Mauro Macedo Campos, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

Graduação em Ciências Econômicas, mestrado em Ciências Sociais: Gestão de Cidades e doutorado em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pós-Doutorado em Ciência Política pelo IFCH/UNICAMP. Atualmente é professor e pesquisador associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Atua como professor no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sociologia Política. Tem experiência nas áreas de Gestão Pública e Ciência Política, com ênfase em Políticas Públicas, Auditoria e Controle, Instituições Políticas; e Financiamento Partidário-Eleitoral.

Hugo Borsani, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

Possui doutorado em Ciência Política (IUPERJ, 2000), mestrado em Ciência Política (IUPERJ, 1995) e graduação em Sociologia (Universidad de la República, Uruguai, 1988). Atualmente é professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política dessa universidade. Tem experiência na área de Ciência Política, atuando principalmente nos seguintes temas: instituições políticas, elites políticas e representação, partidos e sistemas de partidos, teoria da escolha pública, política comparada na América Latina.


Nilo Lima de Azevedo, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

Possui graduação em Direito pela Universidade, Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2007) e Doutorado em Sociologia Política pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (2012). Atualmente exerce o cargo de Professor Associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense. Membro do Laboratório de Gestão e Políticas Públicas, Membro do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Professor na área de Direito e Estado no Curso de Graduação em Administração Pública, e Pesquisador do Centro de Memória UENF.

Downloads

Publicado

2016-02-10

Edição

Seção

Artigos