Ciclo de protestos de 2013: construção midiática das performances de contestação
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.2.04Resumo
Este artigo apresenta um estudo sobre o ciclo de protestos de 2013, especificamente sobre as formas de manifestação pública de demandas coletivas e suas implicações na construção de significados realizados pela grande mídia. O objetivo deste estudo é identificar quais são os enquadramentos construídos pelos veículos midiáticos a respeito das performances públicas de contestação compostas por ações violentas presentes no ciclo de protestos de 2013. Para tal, foram estudadas as performances públicas de contestação, classificadas como violentas, realizadas nas manifestações ocorridas em Porto Alegre, sobre a temática do transporte público de 1970 a 2013. Metodologicamente, foi utilizada a análise de eventos de protestos (AEP) a partir dos dados coletados no projeto de pesquisa “Regimes e Repertórios Associativos: oportunidades políticas e organização social no Brasil”, o qual é composto por notícias do jornal Zero Hora sobre manifestações públicas de demandas coletivas. Posteriormente, foi realizada a análise de conteúdo da cobertura do jornal Zero Hora sobre o ciclo de protestos de 2013 para identificar a construção midiática dessas performances. Foram analisadas as coberturas aos eventos dos dias 27 de março, 04 de abril, 13 de junho e 20 de junho. Percebe-se o uso de ações violentas por parte dos manifestantes como um fenômeno novo, diante do qual grandes veículos midiáticos, como a Zero Hora, utilizam-se de esquemas interpretativos já consolidados e previamente construídos (para a cobertura da criminalidade individual), na qual a violência não é identificada como performance de contestação que compõe um repertório de ação, mas como uma ação isolada e criminosa.
Palavras-chave: ciclo de protestos, performances violentas, enquadramentos midiáticos.
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