As múltiplas faces da comodificação e a constituição da crítica acerca das práticas de consumo contemporâneas
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.1.14Resumo
A passagem de “quase tudo” à qualidade de mercadoria é um fenômeno contemporâneo que enseja um processo conhecido como comodificação (ou mercadorização, mercantilização). Na medida em que promove impactos a longo prazo na constituição das sociedades, abre espaço para uma reflexão no campo sociológico sobre “o que” pode ser comprado e vendido e acerca do protagonismo dos agentes legitimadores desses novos mercados que se constituem. Após extensa revisão da literatura acadêmica de caráter transdisciplinar, este artigo sintetiza as múltiplas faces que a comodificação assume nas práticas de consumo contemporâneas. Os exemplos envolvem bens tangíveis e aspectos simbólicos do cotidiano que se tornam alienáveis, revelando como a cultura, a música, os alimentos, os recursos naturais, os lugares, a violência, as partes do corpo, o sexo, as tradições, a educação, a religião e até as emoções passam a ter valor nos domínios do mercado. O objetivo deste artigo é, primeiramente, entender as origens do conceito para, em seguida, apreender as feições determinantes do fenômeno nas dinâmicas de mudança social. Pretende-se estimular o debate e repensar criticamente: Em um mundo em que “tudo está à venda”, os indivíduos passam também a ser tratados como mercadorias? Pela análise dos casos, argumenta-se que os processos comodificantes alteram as formas da vida cotidiana e afetam as relações sociais, levando, em última análise, à ressignificação das “qualidades humanas” e à despolitização dos indivíduos com as dinâmicas de mudança social.
Palavras-chave: comodificação, mercadoria, mercado de consumo, mudança social.
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