Sujeição e agência em situações de violência contra as mulheres: trajetórias de superação e ressignificação
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.1.12Resumo
Neste artigo, analisamos alguns aspectos relacionados com o problema da violência contra as mulheres a partir de pesquisa qualitativa concluída recentemente (2016) com mulheres residentes em Goiânia, Goiás, que vivenciaram contextos de violência desencadeados por seus parceiros – namorados ou maridos. Exploramos os significados atribuídos às experiências vividas, atentas aos processos de subjetivação que sinalizam ruptura e ressignificação da situação de violência sofrida pelas mulheres sujeitos da pesquisa. O estudo focaliza especificidades e semelhanças nas trajetórias analisadas e permite concluir que: (i) apesar da relativa demora em perceber o contexto da violência nos seus primeiros sinais, (ii) da atribuição de traços idiossincráticos aos parceiros, tais como comportamentos explosivos ou ciúmes, e, (iii) da relutância e hesitação em buscar ajuda no momento da violência, esse conjunto de mulheres conseguiu dar um significado novo às suas vidas, apontando o desejo de superação, algo já ou muito próximo de conquistado nas narrativas de todas elas. Suas superações apontam para um deslocamento nas relações de poder, tal como ressaltam estudos feministas que se ocupam do tema das violências. A noção de subjetivação como agência, e não apenas como sujeição, conduz à possibilidade, ao menos em alguns contextos, de resistência e liberdade de ação. É sobre essa díade, sujeição/agência relacionada com o tema da violência contra as mulheres, que trata o presente artigo.
Palavras-chave: violência contra as mulheres, gênero, subjetivação, agência, feminismo.
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