Mercados culturais no Brasil: o BNDES e o financiamento das empresas culturais brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.1.03Resumo
Nos últimos dez anos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se tornou o principal agente financeiro das empresas culturais brasileiras especializadas. No decurso de expansão dos gastos familiares com os bens, serviços e atividades culturais, especialmente entre 2004 e 2014, o BNDES estendeu suas ações, serviços e produtos financeiros também para as empresas culturais, urdindo uma ramificada rede financeira e institucional que envolve diretamente as empresas culturais que atuam em determinadas cadeias de criação, produção, distribuição e comercialização de atividades artístico-culturais, digitais e de entretenimento, notadamente no âmbito do segmento audiovisual, editorial e patrimonial. Esse aspecto produziu uma injunção bastante significativa no âmbito dos mercados culturais brasileiros, uma vez que, até 2006, o maior banco de desenvolvimento da América Latina, o BNDES, se relacionava com os mercados culturais apenas por meio do uso regular das leis federais de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet, e não disponibilizava os seus principais produtos financeiros, com taxas de juros reduzidas e de longo prazo, diretamente para as empresas culturais privadas especializadas, que integram longas cadeias de valor e abrigam a grande maioria dos trabalhadores e profissionais da cultura. Essas mudanças conduziram o BNDES a um conjunto de novas atividades financeiras e institucionais que, em conjunto, o transformaram no mais importante agente estatal de mercado (AEM) do capitalismo cultural brasileiro.
Palavras-chave: BNDES, mercados culturais, empresas culturais.
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