Lutas diuturnas: políticas públicas, patrimônio e o reconhecimento do clube social negro 24 de Agosto na cidade de Jaguarão (RS)
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2016.52.2.02Resumo
A proposta é discutir o patrimônio como resultado da articulação complexa e situada das lutas do clube social negro 24 de Agosto, localizado na cidade de Jaguarão, na fronteira do Brasil com o Uruguai, e os desdobramentos que levaram este clube à condição de patrimônio histórico e cultural do estado do Rio Grande Sul no ano de 2012. A partir de uma etnografia desenvolvida entre os anos de 2013 e 2015, articulo a seguinte trama: apresento a formação de uma esfera pública regional dos clubes sociais negros denunciando o arbítrio judicial em favor de certa polícia administrativa, o ECAD. Esta instituição é o estopim das lutas dos participantes do Clube 24 de Agosto em busca de políticas públicas para a preservação de seu espaço cultural e histórico. Nesse caminho há os enfrentamentos ao racismo institucional e a desconsideração a nível local. Ali se forma uma esfera pública de mobilização e denúncia em favor das demandas do clube por proteção. O reconhecimento do clube como patrimônio apresenta uma série de problemas e distorções que desconsideram sua autonomia. Contudo, os impactos positivos desse empoderamento tornam o clube um exemplo para pensar as “políticas da alteridade” que rompem a invisibilidade e conquistam o reconhecimento: condição que leva os sujeitos ao autorrespeito. O objetivo, a partir desta articulação, é visualizar os poderes afirmativos e de mobilização através das denúncias públicas dos participantes do clube e de seus aliados politicamente mobilizados contra uma série de dispositivos institucionais de desconsideração de suas demandas e os profundos efeitos conquistados.
Palavras-chave: patrimônio, clubes sociais negros, reconhecimento.
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