“Tramando arames, pedras e fios”: espaço e estigma no trabalho de um artista

Autores

  • Carolina Dalla Chiesa Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Pedro Henrique de Gois Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Gabriela De Luca Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Neusa Rolita Cavedon Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2015.51.1.04

Resumo

Este artigo objetiva evidenciar os estigmas associados ao trabalho desenvolvido por um artista no espaço da rua, no caso em questão, no centro da cidade de Porto Alegre, um local movimentado, característico de grandes cidades, onde a degradação e a revitalização do espaço fazem com que os medos e as sociabilidades sejam mediadoras das interações que ali acontecem. Para atingir esse intento, embasamo-nos, principalmente, na noção de estigma e nas transformações do trabalho artesanal e artístico ao longo do tempo, bem como perscrutamos o espaço através do olhar antropológico, atentando para os significados que lhe são atribuídos. Buscamos, à luz de um estudo de inspiração etnográfica e mediante a utilização das técnicas de pesquisa entrevista, observação e filmagem, tecer considerações sobre a relação entre trabalho, espaço e interações estabelecidas com a atividade analisada. A partir da análise deste caso empírico, argumentamos que as visibilidades e invisibilidades constituídas na interação com o artista relacionam-se em maior ou menor grau com a dimensão do trabalho associado ao espaço onde este é desenvolvido, produzindo um estigma, sob a perspectiva daquele que vê e daquele que é visto. Tanto o artista quanto seu trabalho são julgados e identificam-se de forma relacional. Nesta situação que pesquisamos, é possível verificar a atividade laboral sendo estabelecida de modo relacional e o artesanato sendo entendido como estigmatizante, ou um termo pejorativo, pelo próprio sujeito investigado, bem como pelos transeuntes.

Palavras-chave: artesanato, rua, estigma.

Biografia do Autor

Carolina Dalla Chiesa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014). Graduanda em Ciências Sociais pela UFRGS e bacharel em Administração pela UFRGS (2011). Participa do Observatório Estadual de Economia Criativa da UFRGS.

Pedro Henrique de Gois, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Doutorando Administração na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Administração pela Universidade Estadual de Maringá. Bacharel em Administração pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Gabriela De Luca, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestranda no Programa de Pós Graduação da Escola de Administração da UFRGS, com Bacharelado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011). Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração de Recursos Humanos. Interesse em Teorias da Administração e Epistemologia, Profissões e Carreiras e métodos de pesquisa e docência.

Neusa Rolita Cavedon, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982), graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979), graduação em Administração Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982), mestrado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1988), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992) e doutorado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2000). Atualmente é pesquisadora convidada da Universidade Federal da Bahia, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais e professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Cultura Organizacional, atuando principalmente nos seguintes temas: cultura organizacional, representações sociais, etnografia, empresas familiares e culturas organizacionais.

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Publicado

2015-05-18

Edição

Seção

Dossiê: Produções artísticas e processos sociais de mudanças