“Tramando arames, pedras e fios”: espaço e estigma no trabalho de um artista
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2015.51.1.04Resumo
Este artigo objetiva evidenciar os estigmas associados ao trabalho desenvolvido por um artista no espaço da rua, no caso em questão, no centro da cidade de Porto Alegre, um local movimentado, característico de grandes cidades, onde a degradação e a revitalização do espaço fazem com que os medos e as sociabilidades sejam mediadoras das interações que ali acontecem. Para atingir esse intento, embasamo-nos, principalmente, na noção de estigma e nas transformações do trabalho artesanal e artístico ao longo do tempo, bem como perscrutamos o espaço através do olhar antropológico, atentando para os significados que lhe são atribuídos. Buscamos, à luz de um estudo de inspiração etnográfica e mediante a utilização das técnicas de pesquisa entrevista, observação e filmagem, tecer considerações sobre a relação entre trabalho, espaço e interações estabelecidas com a atividade analisada. A partir da análise deste caso empírico, argumentamos que as visibilidades e invisibilidades constituídas na interação com o artista relacionam-se em maior ou menor grau com a dimensão do trabalho associado ao espaço onde este é desenvolvido, produzindo um estigma, sob a perspectiva daquele que vê e daquele que é visto. Tanto o artista quanto seu trabalho são julgados e identificam-se de forma relacional. Nesta situação que pesquisamos, é possível verificar a atividade laboral sendo estabelecida de modo relacional e o artesanato sendo entendido como estigmatizante, ou um termo pejorativo, pelo próprio sujeito investigado, bem como pelos transeuntes.
Palavras-chave: artesanato, rua, estigma.
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