A testemunha e a memória. O paradoxo do indizível da tortura e o testemunho do desaparecido

Autores

  • Castor Bartolomé Ruiz Universidade do Vale do Rio dos Sinos

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2012.48.2.01

Resumo

A violência estrutural moderna tem a marca da biopolítica. No anverso da biopolítica resiste a vítima como testemunha. O testemunho da vítima se constitui num novo acontecimento político que narra o lado oculto da violência, negado pelas políticas de esquecimento dos vitimários e vencedores. O testemunho da vítima carrega o paradoxo do indizível do sofrimento. A linguagem, sendo necessária, torna-se impotente para expressar a totalidade da experiência do sofrimento da vítima. Ao narrar, o testemunho deixa uma zona indizível da violência, que paradoxalmente se torna o essencial do testemunho. Os desaparecidos e torturados pela violência biopolítica se tornam verdadeiras testemunhas no paradoxo de não ter voz por haver desaparecido e na incapacidade de dizer o todo da tortura. 

Palavras-chave: testemunha, memória, violência, linguagem.

Biografia do Autor

Castor Bartolomé Ruiz, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Dr. Filosofia. Pesquisador do programa de pós-graduação Filosofia, Unisinos. Coordenador Cátedra Unesco Direitos Humanos e violência, governo e governança

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Publicado

2012-08-01

Edição

Seção

Dossiê: Memória, Verdade e Justiça